quinta-feira, 26 de maio de 2011

Domigão dos clowns







Na platéia e nos bastidores do FestClown, há duas semanas na Funarte, em Brasília. Assistindo aos Parlapatões com Jô, Rafael e Artur.

domingo, 22 de maio de 2011

Acari sangra, Ana fotografa





O registro da sangria do Gargalheiras por Ana Nossa Mana, leitora número zero deste blogdomadário (e que está na foto do meio), em instantâneos feitos agorinha mesmo.

sábado, 21 de maio de 2011

Domingão na Feira da Torre







Os fins de semana de Brasília estão mais quentes, embora o inverno esteja começando. É que a nova Feira da Torre, ali embaixo da dita cuja, foi inaugurada há umas boas duas semanas, num lugar mais espaçoso - na vizinhança da antiga e tradicional - e parede e meia com o pátio gramado da Funarte, favorecendo além da integração entre essas duas instituições da cidade, um friviado - calma, que é só corruptela nordestina de fervilhado - de gente que muito bem faz à frieza (muitas vezes só aparente, é verdade) desta cidade. A praçona que virou a nova feira tem atraído visitantes e habitantes, dando uma nova cor a essa região do centro de Brasília, muito além do verde das novas barracas. Não precisa ser apreciador de artesanato local, nem de música andina, tampouco de cocada baiana para baixar por lá. Bastar gostar de gente e de espairecer. Por enquanto, vai aí nas fotos a visita virtual da Hamaca Tur.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Arquitetura de pano


Aqui em casa temos uma dupla de arquitetos de vento, engenheiros de panos e pedreiros e mestres de obras de cabos de vassoura. É com esse material, mais uma vaquinha de madeira e guarda-chuva infantil que os profissioais da construção Bernardo e Cecília Medeiros constroem cabanas modulares na sala de casa. Na foto, um making off do trabalho deles, que, fiquei sabendo, também acontece em outros lares, como o de Quitéria Kelly e Charlote. Vê-se sem esforço a estrutura prestes a receber a cobertura de amianto de edredon.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O primeiro boletim


Saiu o primeiro boletim escolar de Cecília. Para a humanidade não representa nada, mas para a família e os amigos é um documento histórico que precisa ser publicado aqui. Segue:

Língua Portuguesa - 94
Educação Artística - 90
Matemática - 94
Ciências - 86
Geografia - 94
História - 94
Educação Física - 100
Ensino Religioso - 100
L.E.M. Inglês - 100
Filosoria - 95

É isso aí: ao contrário do que parece, a humanide progride, sim. Eu jamais tirei um 100 em Educação Física, essa (in)disciplina que não me inspira grande simpatia. E no entanto Cecília já estreia com um notão desses. Falar nisso, fui comentar sobre boletim com ela e acabei encontrando alguns dos meus, da 5a. 6a. 7a. e 8a. séries. Só notas medianas, não ficava na recuperação mas também não dava show não. Era aprovação na linha dágua. Cada nota desastrosa em Matemática e Francês que era um terror. E eu que pensava que tinha sido bom aluno - ou que pensava que aluno bom é o da nota boa. Como disse a Cecília, aqui estou. E ela, completando: "É. Virou chefe, né?" Será que estou incentivando a menina a tirar notas baixas?

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Hamaca Radinho de Pilha apresenta:



O som de um tempo em que ninguém tinha vergonha de ser brasileiro, embora houvesse muito mais motivo do que hoje. Diretão para o raiar dos anos 80, o som Brasil de seu Moraes - um clássico jamais editado em CD. Manguebeat, Rosa de Pedra, Vanessa da Mata, vem tudo dessa fonte aí, proclamando-se ou não.

Clique aqui

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Se entrega, Bin Laden


Os anos 30 no Nordeste brasileiro não ficavam nada a dever ao mundo cão de hoje em dia, pré ou pós 11 de setembro. E se os irmãos do norte tiveram que fazer onze planos até conseguir sucesso na caçada incançável contra Bin Laden, aqui estão, na nossa galeria de malfeitores pra Paquistão algum botar defeito as figuras de Lampião, Antonio das Mortes, Corisco, o beato Sebastião, o coronel assassinado e Manoel/Satanás - todos juntos, verdade e ficção, mito e malcriação, no "Deus e o diabo na terra do sol", o clássico cult-brega-pop-grego-teatral de Glauber Rocha - um sujeito tão esquisito, fala a verdade, quanto suas criaturas e criações. Então, se é assim, se entrega, Bin Laden, de tomaróqui ou parabelo na mão. Mataram Bin Laden, balearam Dadá, o sertão vai virar mar, e o mar virar Paquistão. Isso tudo porque acabei de rever o filme que termina com os versos escritos por Glauber e entoados em gogó de cantador de feira por Sérgio Ricardo. "Que a terra é do homem, né de deus nem do diabo/ que a terra é do homem, né de deus nem do diabo..."

Clique aqui para rever trechos do filme.

Mais Glauber Rocha aqui.

Imaginação a mil por hora


Numa cena aparentemente insignificante de "72 Horas", o professor Russell Crowe comenta para seus alunos de literatura alguma coisa sobre o Dom Quixote de Cervantes. Ele provoca os estudantes a entender que a força do anti-heroi de Cervantes vem do uso que ele faz da imaginação pura - até quase ao ponto do delírio. "72 Horas", dirigido pelo comumente roteirista Paul Haggis, é puramente isso: uma demonstração do quanto a imaginação pode ser uma tábua de salvação num momento crítico da vida. Ah, sim, óbvio, o filme é uma tremenda aventura sem fôlego, uma fantasia de entretenimento sem censura e sem reservas. Não é um "filme sério", absolutamente.

Mas nem por isso é menor no seu pequeno comentário subliminar sobre a necessidade humana de fantasiar algo para suportar uma dor pungente. Todo mundo já sabe: Crowe é o professor que se dispoõe a tentar, homem comum sem experiência "na área", a tirar da cadeia sua esposa condenada por um crime que não comenteu - mas há controvérsias e a crença firme dele na inocência dela é outra demonstração daquela necessidade de confiar no cérebro ainda que essa segurança venha de algo totalmente subjetivo. Outra vez: a fantasia que confere moldura à realidade. Tá ficando metafísico demais e o filme é muito bombado de ação para o comentário fazer sentido, admito.

Em resumo: naquela exortação que o professor faz aos alunos - e não nas sequencias mais excitantes, como a do quase acidente na rodovia, pra citar só uma - está a lógica do filme: um sujeito normal que suspende os padrões comuns da realidade para cometer um ato extraordinário, movido por um combustível feito à base de fantasia e desespero ao mesmo tempo. A maior reserva crítica que o filme de Paul Haggis recebeu foi o dedo apontado para a inverossimilhança da história - justamente o que ela tem de mais elementar. Sem a inverossimilhança da fuga impossível não haveria filme. Essa inverdade é, na verdade, sua premissa. Como diria (nada a ver com o cinemão americano) Ariano Suassuna nas suas aulas-espetáculos falando sobre a resistência do ouvinte de uma narrativa sertanejo-fantástica: "você quer ou não quer ouvir a historia?"

domingo, 8 de maio de 2011

Radinho de pilha com ela


Começamos aqui em casa a ouvir essa moça quando chegamos a Brasilia. Foi um pouco a trilha da época, ela cantando "Juras" na Nacional FM, logo o CDzinho adquirido na boa casa do ramo - naquela época era a saudosa Discoteca 2001; e que ironia chamar de saudosa uma loja de compact discs que a tecnologia lacrou há bem pouco tempo - e outros vieram. A antivoz dessa baiana que residiu - acho que ainda tem uma residência fixa - em Brasília subtrai da canção qualquer excesso - embora a gente aprecie um excesso, mas em outro contexto - e na prova dos nove entrega o som fundamental de um gênero sempre redescoberto e tridescoberto, aquela bossa. Ainda nos primórdios da experiência brasiliense, pudemos assistir à própria em apresentação naquela salinha menor do Teatro Nacional - a sala Martins Penna. Isso era no tempo em que a gente ainda podia sair de casa à noite para assistir a um show; como se vê, coisa saudosa como a Discoteca 2001. Mas o tempo segue girando sua roda e logo logo a gente volta àquela condição, agora na companhia, deus queira, dos novos integrantes da família já em idade de sair para a noite. Que arco textual foi esse, hein? Do som de Rosa Passos, que você pode apreciar até não querer mais clicando aqui, até Bernardo e Cecília se não adultos, ao menos adolescentes. Boa audição.

Turismo virtual


Típica manhã de abril em Brasília, ceuzão azul com espaços fiapos de nuvens, convite estampado no ar já um pouco rarefeito: bora pra rua, tire sua mãe ou a mãe de seus filhos de casa. Se pudesse, queria mesmo era dar uma volta em Pium, visitar meu amigo Carlão de Souza, depois dar uma espiada besta no mirante de Tabatinga, quem sabe engatar a quinta até Pipa e me instalar com Rejane e os meninos na Pousada Praiana. Bom, não dá - a gente muda de rumo. Mas, ói, aí, até que dá pra fazer o oposto: você que tá aí em Natal reclamando da chuva (inda chove ou já parou?) pode muito bem conhecer Brasília - ou revisitar, se já conhece. Basta clicar aqui. Bem vindo ao novíssimo museu virtual da cidade, de onde se pode ter belas vistas em 360 graus dos pontos cardeais, capitais e turistais da cidade. Até a gente que mora aqui tem a sensação de festa para os olhos ao girar o ponteiro do 360 graus pra direita e pra esquerda (de preferência, pra esquerda, viu?). Por sinal, o link permanente vai ficar ali nas Outras Redes na Mesma Varanda. Mas quando você quiser ver imagens do "lado B" da cidade, continue vindo à HAMACA e ao SOPÃO, que é onde aparece a Brasília que não cabe nos cartões postais. Como a Brasília do Parque Olhos d'Água, finalzim da Asa Norte, lugar bom que só - e que é onde está Cecília na foto que ilustra a postagem.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Estação do tempo







Um bom exemplo de cruzamento de passado preservado e futuro garantido: a antiga estação ferroviária acima foi restaurada e hoje é usada como um pequeno centro de informática popular. Fica às margens da BR-040, rodovia que liga Brasília e Caldas Novas (GO), no município de Vianópolis.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Estou / não estou (2)



Enquanto não estou desatualizando o blogue, estou vendo um novo clássico do cinema gráfico-violento-existencialista-japa na tela da minha nova Phillips quarenta e duas toneladas de cultura visual jorrando pelos pixels que me inundam a sala. Estou/ não estou assistindo a “Oldboy”, o filme que tanto quanto me espanta pelo prazer visual de acariciar a violência também me aperta os botões da sensibilidade para dizer que há sangue novo fluindo de veias que pareciam apenas estáticas na prateleira da estante. E há o lado gráfico, com uma câmera-caneta que esquadrinha as cenas de um jeito japa muito a gosto de um nordestino cabeça chata com eu. Lucrecia Martel é outro papo, e estou/não estou admitindo que, culto à parte ou culto absorvido, é uma mulher de filmes difíceis. A dona corta o clímax dramático da situação em tela e mostra só os antecedentes. Tô falando/ não tô falando de “A Menina Santa”, esse que vi ontem de tarde, um filme bem ajustado ao vento gelado que por essa época começa a bater aqui no Sudoeste planaltinense, como se um monstro polar estivesse soprando lá na Antártica seu último silvo de sobrevivência. Antes, teve – e juro que não é coincidência o aspecto climática do título e do filme – uma reexibição de “Tempestade de Gelo”, a glacial explosão de carências congeladas que é este conto



filmado pelo não menos oriental Ang Lee. Entre as sessões, estou / não estou investindo meu tempo livre compulsório em audições não menos ferventes, como é o caso do terceiro CD da caixa “Crossroads 2”, que traz em quatro bolachinhas platinadas o conteúdo de shows feitos por Sir Eric Clapton nos anos 70. Neste disco 3, temos o bardo de guitarra dando sua interpretação de “Knockin’ on reaven’s dorr”, o hino mais que gravado de Bob Marley (os antinordestinos de todas as cores, credos e anticredos gostam de dizer que “até” Zé Ramalho já gravou isso aí; eu digo que a versão do paraibano também é da Paraíba de tão boa, está naquele acústico campeão de vendas que ele lançou uma dezena de anos atrás). Mas como é bom estar / não estar ouvindo Eric Clapton soando como um blues man do interior Americano, naquela cantoria que o país de Obama desprezou somente para que os rock men europeus apresentassem aquela beleza de música triste e pungente ao mundo. Emendo isso com uma série de outras pungências, umas mais turbinadas e turbinantes, outras nem tanto, mas todas coisas que dizem algo ao silêncio da casa enquanto os meninos estão cumprindo a jornada na escola. Estou descendo da estante, depois de anos de repouso, o “The Best of Blues Etílicos”, lembrança da transição Nova Parnamirim/Brasília. E como uma coisa puxa a outra, lembro daquele velho disco dele mesmo, Zé Ramalho da Paraíba, com coisas que ele resgatou dos tempos de músico de baile. Relançado em CD, é o disco “Por aquelas que foram bem amada.../ Para não dizer que não falei de rock...”, o tal que abre com a semibrega mas por isso mesmo



interessantíssima “Paisagem da flor desesperada” – um baião tcha-tcha-tcha, se é que isso é possível, e lhe digo, é. Um disco rejeitado pelos fãs – ah, os fãs – e que precisa ser redescoberto pelos admiradores. Tem cheiro de resíduo de blues reprocessado – o jeito como essa música, depois de viver anos esquecida no quintal da paisagem americana, foi descoberta pelos udigrudis europeus com um pé no grand monde, até virar uma espécie de iê-iê-iê no Brasil e aportar nos bailes de Brejo da Cruz, nação Paraíba, onde um certo Zé ainda ninguém toca qualquer coisa. Quer saber? Isso me leva aos The Beatles, mas não diretamente aos próprios. Estamos/ não estamos, eu e me dedo mindinho enfaixado até a goela, ouvindo agora o “Aqui, ali, em qualquer lugar” que foi o song-book pop-bossa que Rita Lee fez um par de anos atrás para o repertório mais notório dos fábifór. Música para deslizar, skate radiofônico para ouvintes que merecem uma pausa. Mas não estou/estou sim deixando de dizer, ou reafirmando a tempo, o disquinho que motivou toda essa aventura auditiva caseira como há décadas não havia – e nessas horas, honro graças ao meu mindinho enfaixado até o topo do mundo. Quem provocou tudo isso foi uma bela coletânea ocasional, certamente semidesconhecida, lançada em Natal erre-ene em ano recente mas não sabido, um daqueles discos que saem com um punhado de selinhos de patrocínio na contracapa, um disco-pires-na-mão, bom-bom-bom demais como não se espera nem sempre desse tipo de produto. Foi Valéria (Oliveira) quem me deu de presente, na hora eu não registrei bem, depois esqueci num canto como é comum comigo e com todo mundo, mas agora, do nada, peguei e botei pra tocar e... boooom! Fez-se o som! Chama-se “Cosern Musical” – pode haver título pior e mais enganoso? É o extrato sonoro de um festival de música promovido pela companhia de eletricidade do erre-ene, com um punhado de coisas boas-boas-muito boas. Começa com uma banda “Apolo 11” cujo vocalista, é notório, evoca Renato Russo muito mais do que seria desejável (mas ainda assim, bom-bom-bom), para deslanchar numa descoberta como aquelas que a gente nunca mais esquece a primeira vez que topou com ela: a banda Deadly Fate – um conjunto de reavy rock poti com um cantor cujo aparelho vocal e cuja maneira de usá-lo parecem ter caído do céu dos infernos, ou do inferno dos céus (são eles na primeira foto, lá no alto da abertura do post). Alguma coisa divina como não se encontra todo dia. E ainda tem, na sequência, mas sem superar aqueles Deadly, o Mad Dogs, com uma pegada mais pop-humorística. Você pensa que vai acabar e ouve o primor que é a voz de Valéria, cantando um negócio cujo compositor não poderia ser outro: só mesmo Pedro Mendes para falar musicalmente de Natal daquele jeito. A faixa é “Fera Nova” e tudo o que posso dizer, enquanto ouço embevecido como não se ouve mais coisa alguma (alguém ainda fica embevecido com



alguma coisa num mundo que num dia vê a princesa Kate casar com pompa e no outro a balada dos americanos pela morte de Bin Laden?), é: rapaz, assim eu compro uma passagem só de ida pra Neópolis/Guaíra e me enterro de vez no passado. “Cosern Musical”, se você também o tem e nunca se deu ao trabalho de ouvir, desça agora mesmo a caixinha de plástico da estante e bote o bicho pra trabaiá, véi. É pau de sebo de responsabilidade, um disco que leva a outros discos. Falando nisso, estou / não estou/ digo, estou muito interessado em encontrar discos individuais dos componentes da “Cosern Musical”. Então, meu ouvinte leitor confidente: se você por acaso tiver em casa um CD inteirinho do Deadly Fate e não liga muito pro bichinho, mande pra eu que o dito será muito bem utilizado cá em casa. Idem para o Mad Dog. Apolo 11 menos, mas ainda assim, bom. Agora deve estar na hora de retomar a maratona áudio-visual em homenagem ao meu mindinho do pé esquerdo. Quem sabe vou de BB King, naquele DVD tipo lojas americanas extraído da série The Jazz Channel? Quem sabe a coletânea de clips “Clapton Chronicles” que meu amigo Plácido me deu num aniversario já pós 4 ponto zero e que eu vejo regulamente de seis em seis meses com igual aproveitamento? Ou quem sabe desligo a sala eletrônica e volto à leitura de “Pornopopeia”, a antissaga fim de mundo tipo urbano-decadência de Reinaldo Moraes de que meu amigo Carlão de Souza iria adorar? O difícil é decidir. Vou consultar o dedinho pra saber onde ele quer passear sem sair do lugar neste resto de terça-feira, último dia de minha licença negociada para menos.

Leia / não leia a primeira parte dessa conversa clicando aqui.

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