sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Churchill, Oldman and Lithgow





Quem é o melhor Winston Churchill, o de Gary Oldman, que está agora em cartaz nos cinemas (“O destino de uma nação”), ou o de John Lithgow, que está em cartaz na Netflix, na série The Crown? Compare e veja – dificilmente o amigo terá do que reclamar. São dois Churchills tão verdadeiros – o de Gary mais, como diria, “sebosão” e por vezes inseguro;  o de Lithgow, mais firme e formal, – que você nem vai sentir falta do original.

Em tempos de Trumps and Temers, não é demais relembrar grandes líderes, gente contraditória como todos, mas que, por uma vocação de pensar bem e sofrer faíscas cerebrais de intuição essencial, estavam nos lugares certos quanto o mundo vivia os momentos mais errados. O drama político brasileiro, com um país correndo o risco de ser entregue aos mais aventureiros e irresponsáveis carreiristas por ter se esquecido de forjar novos protagonistas – ou de fortalecer os poucos que surgiram, ao invés de sufocá-los – é um cenário perfeito para se medir a necessária estatura desses condutores da massa humana.

O amigo bem pode dizer que, ante o pavor de Hitler, o império britânico também tinha suas carradas de culpa a purgar, e ver no pânico de Londres frente ao avanço dos alemães da Bélgica à França – que é o momento histórico em que o filme se concentra - um reflexo distorcido mas impossível de ignorar de massacres outros, à sombra do colonialismo que também espalhou tanto mal ao longo da história. Mas esse ajuste conceitual só reforça a necessidade de uma liderança balofa, às vezes imperial, outras tantas confusa, mas no essencial acertada do personagem que Oldman e Lithgow trazem de volta, cada qual à sua maneira. Enquanto as eleições brasileiras não chegam, o amigo vá se divertindo no cinema.



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